domingo, 29 de janeiro de 2012

Réquiem para o inescrito

e agora,
por tudo que seria bonito,
por tudo que seria terno,

embora
não pode ser escrito
nem com lápis em caderno,

talvez por não ser hora,
ou então pelo conflito,
ou só por ser interno,

façamos sem demora
um minuto infinito
de silêncio eterno.


Nasceu do momento,
e daqui:

A missa dos inocentes

Se não fora abusar da paciência divina
Eu mandaria rezar missa pelos poemas que não
Conseguiram ir além da terceira ou quarta linha,
Vítimas dessa mortalidade infantil que, por ignorância dos pais,
Dizima as mais inocentes criaturinhas, as pobres…
Que tinham tanto azul nos olhos,
Tanto que dar ao mundo!
Eu mandaria rezar o réquiem mais profundo
Não só pelos meus
Mas por todos os poemas inválidos que se arrastam pelo mundo
E cuja comovedora beleza ultrapassa a dos outros
Porque está, antes e depois de tudo,
No seu inatingível anseio de beleza!

Mario Quintana

4 comentários:

  1. Vc captou a essência da essência.

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  2. Eu tinha re-escrito ele há um tempo atrás... e tinha esquecido...

    Réquiem para o não dito

    e agora,
    por tudo que seria tranquilo,
    por tudo que seria certo,

    embora
    não pode ser dito
    nem pelo olhar ou pelos gestos,

    talvez por não ser hora,
    ou por todos os conflitos
    que são internos,

    façamos sem demora
    um minuto infinito
    de grito eterno.

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    Respostas
    1. Há gritos que saem da garganta,
      Há gritos que saem no papel...
      :)

      Te escrevo em silêncio dentro de mim
      Pois certas coisas não podem ser ditas
      http://pittonico.blogspot.com.br/2010/10/te-escrevo-em-silencio.html

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