quinta-feira, 30 de agosto de 2012

O nó na garganta

O que resta agora é o nó na garganta
Do sentimento não posto pra fora
Não sei, duvidei, não falei na hora
Embora a vontade ter sido tanta

Assim foi murchando, feito uma planta
Que é sufocada por espinho e espora
Frágil por dentro e ferida por fora
Apesar da aurora, a vida, suplanta

Sofre o desejo não realizado
Chora a oportunidade já perdida
Farelos do sonho que se quebranta

Mas melhor é deixar isso de lado
Passar o passado e seguir a vida
Pensar nisso agora já não adianta

v. 0.1

4 comentários:

  1. Respostas
    1. Só pus pra fora o sentimento sobre o sentimento, mas não o sentimento...

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  2. "Era demasiado amor. Demasiado grande, demasiado confuso e arriscado, e fecundo, e doloroso. Tanto quanto eu podia dar, mas mais do que me convinha. Por isso se desmoronou. Não se esgotou, nem se acabou, nem morreu, desmoronou-se apenas, veio abaixo como uma torre demasiado alta, como uma aposta demasiado alta, como uma esperança demasiado alta."

    Almudena Grandes


    Desculpa, eu nem sei se era sobre amor, mas tinha esse trecho aqui comigo, lembrei. Beijos

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    1. Sempre é. :) Muito bom o texto!

      "Tanto quanto eu podia dar, mas mais do que me convinha." me lembra isso:

      Confesso minha culpa em teu desapreço
      Tirei meu valor e te dei em excesso
      Não sobrou em mim sequer um pedaço

      http://pittonico.blogspot.com.br/2010/11/apreco-escasso.html

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