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sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Tudo perdido

Se pensarmos bem, só tínhamos a perder...
Perder a concentração ao pensarmos em nós
E o chão sob os pés nos abraços dados.

Perder a conta dos momentos de prazer,
O fôlego quando estivéssemos a sós
E a noção do tempo nos beijos trocados.

Mas como foi dito, não há por que sofrer
Pelo término do que nunca existiu.
Pela perda do que nunca foi nosso.

Eu busco o conforto do não era para ser,
Mas é mentiroso ou então infantil
E, me enganar fácil assim, eu não posso.

Você tem razão, não há tempo a perder.
Para deixar de ser, deve ser esquecido;
Se deixou de ser, já não é; é passado.

Mas fica a lição para se aprender:
A maior perda de quem está perdido
É perder as chances de ser encontrado.


Quando perder, não perca a lição...

terça-feira, 14 de julho de 2015

Coração e olhos abertos

O que os olhos não veem, o coração não sente;
Mas o que é viver senão sentir cada emoção?
Senão provar do que a sensação tem a oferecer:
A dor, a alegria, a angústia, o prazer?
Abra os olhos e prepare o coração:
É assim que é; aceite. É assim que tem que ser.

De cabeça erguida, olhe a vida de frente.
Do que quer se proteger? De viver, de sentir?
Isso é se iludir, se enganar, se esconder.
Um certo medo é bom, sinal que há algo a proteger,
Mas proteção demais também pode ferir.
É não seguir, é ser inerte; é deixar de acontecer.

sexta-feira, 14 de março de 2014

Poesia

Ela é a cena que o fotógrafo via quando tudo estava escuro,
O que o pintor já enxergava na tela ainda vazia.
Ela é o toque do escultor por dentro do mármore duro,
E as notas que em sua alma o compositor já ouvia.

Ela é o verso do poeta mesmo antes dele ser fonema,
Antes de haver palavras de pesar ou de alegria.
E em todas essas obras, da fotografia ao poema,
Só há beleza e arte, se em si há poesia.

domingo, 19 de janeiro de 2014

Não é pelo fora

Não é pelo fora.
É sempre pelo fim da expectativa criada,
Que sem porquê em mim é alimentada
E cresce até que é cortada fora.

Não é pelo fora.
É por um universo em detalhes sonhado
Que é destruído antes de ser criado,
Onde não haverá pôr-do-sol ou aurora.

Não é pelo fora.
É pela morte da crença de que seria diferente,
Por decisão do destino ou só por ser a gente,
Mas a crença é cega e o destino a ignora.

Não é pelo fora.
É pela esperança de que seria especial.
E por que não seria? O que fiz de mal?
Mas a esperança também vacila e evapora.

Sei que não há muitos a quem eu convença
Da expectativa, sonho, esperança e crença.
Parece difícil acreditar no que falo agora.
Mas não é. Não é só pelo fora.

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Versado em simplicidade

Façamos assim:
Você se preocupa com a dívida externa,
Com juros compostos e a política,
Com documentário russo e arte moderna,
Com discursos sobre sombras na caverna,
Com livros cult, seus autores e crítica.

Quanto a mim:
Eu me preocuparei em ser alegria,
Em experimentar a dor e o prazer,
Em pedir licença e desejar bom-dia,
Em viver simplesmente de suor e poesia,
Em aproveitar do que o amor tem a oferecer.

E por fim,
Nada tenho contra um livro interessante,
Discutir política econômica, ou filosofar,
Mas preferiria você sendo ignorante
A ser tão versada, no entanto, arrogante,
E com o único intuito de impressionar.


ainda que [eu]...
conhecesse...
toda a ciência...
e não tivesse amor,
nada seria.

 - I Coríntios 13:2

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Meu lugar

Eu queria estar nos seus braços
Quando me abraço em seu olhar
Eu fico a olhar os seus traços
Traço meu caminho em seus passos
E passo os dias a sonhar

Eu sonho e viajo no espaço
E faço você me encontrar
Um encontro sem embaraço
Você e eu, e os seu cachos
Eu acho, em você, meu lugar

Mas quando te vejo, não faço
Ideia do que vou falar
Meu coração em descompasso
Fica calado, e se faz em pedaços
Ao assistir você se afastar

Você se afasta e eu ameaço
Esticar meu braço pra te chamar
Mas não chamo, só chamo o fracasso
Que vem e me chama de palhaço
Já te vejo longe, onde vai sempre estar

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Mão no bolso

Ele colocou a mão no bolso
Quando a viu chorando calada
E procurou por um presente para ela
Talvez por pássaros cantando à janela
Por um pôr-do-sol, uma noite estrelada
Ou por uma manhã clara e bela

Porém, em seu bolso não tinha nada
Nada que fizesse um sorriso brotar
Que remendasse todos seus pedaços
Mas levantando os braços no ar
Ele aproximou-se dela, devagar
E a envolveu em um abraço

Só que isso não foi suficiente
Mas para ele não foi surpresa
Pois percebia a grande tristeza
No entanto, a única intenção que tinha
Era que ela tivesse a certeza
De que ele nunca a deixaria sozinha

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Um bilhão

Enfim meu primeiro bilhão!
Não, não é dinheiro...
Não é dólar, nem é real,
Mas é meu e verdadeiro.

Um bilhão de grãos de areia
Que deslizaram por minha ampulheta.
Um bilhão de gotas de vida
Que despejadas em minha clepsidra
Transbordam quem eu sou hoje.
Um bilhão de fragmentos
Que unidos de mãos dadas
Até aqui formam minha estrada
E traçam meu caminho no tempo.

Enfim um bilhão de segundos.
Um bilhão!

Esse é tempo que estou no mundo
Nessa carreira incansável da vida.
Se fico em terceiro, se fico em segundo,
Não me importo! Eu sigo a corrida.
Eu não quero chegar em primeiro,
Mas vivendo bem cada segundo,
Continuo minha busca de ser inteiro.


Pelo meu bilionésimo segundiversário,
completado em 3 de fevereiro de 2013 às 16h31min40s, aproximadamente.
Obrigado por cada um deles :)

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Na pista de dança

Sei que não devo; e nem preciso tocá-la,
Me contento em apenas vê-la dançar.
Quando ela dança, ela não encara,
Ela não se exibe e não se insinua,
Ela fecha os olhos, desliza e flutua,
E deixa a música leve a levar.

Voa feito pétala ao vento
E espalha o encanto do seu perfume.
Ela eterniza cada momento
Com a beleza do seu movimento.
Parece que a música aumenta o volume
E que aos poucos desacelera o tempo.
Em câmera lenta a vejo dançar.

A saia balança sobre as coxas suas
Seguindo o ritmo do quadril
Que ondula sob sua cintura.
Após os giros, as costas nuas
Recebem seu cabelo macio.
Seu manto negro, longo e liso.
Os pés em pontas, tão delicados,
Passeiam suaves e alternados,
Nem parecem tocar o piso.

Porém, de todo esse cenário mágico,
De todo detalhe dessa cena bela,
O que mais me prende é o seu sorriso,
Que nasce por mero descuido dela.
É tímido, comportado, mas é preciso,
E ao surgir, ele me deixa uma pista:
Ela, por mim, gosta de ser vista.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Importante

Quer-se ser bonito, chamar atenção,
Atrair olhares e ser o tal
Mas esse não é o objetivo final

Deseja-se o poder, o sucesso,
O reconhecimento e a fama,
Mas não é só pelo grana,
Nem é por mal

Busca-se o conhecimento,
O saber, a inteligência,
Entender toda a ciência,
E não por arrogância,
Não por superioridade

O que se quer na verdade
É sentir que é importante.

Cada um do seu modo,
Seja certo ou errado
Faz o que faz,
Quer o que quer
Só porque quer ser amado.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Pérola

Ela é pérola preciosa
Mas para alguns
É só mais uma
É só gostosa
Ela é pérola rara
Mas nas mãos de meninos
Cheias de dedos e cheios de taras
É só uma bolinha de gude
Que entre eles é disputada
E depois de conquistada
É colocada junto com as outras
Só mais uma para a coleção
Só mais uma bolinha
Só mais um coração

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Pensamento solto

Trancou o quarto e soltou o pensamento
Que saiu correndo para um passeio
Como pipa em dia de forte vento
Como cão que arrasta seu dono lento
Como veículo que perde o freio

Viaja para o futuro e o passado
Seu pensamento, mais veloz que a luz
Vai assim sem rumo, descontrolado
Não sabe se é guia ou se é guiado
Já não sabe mais quem é que conduz

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Enquanto durar

Balançou a cabeça para desprender o pensamento
Para desatar o nó que ficou preso na garganta
E aliviar o aperto que sentia no peito
Mas agora é tarde, não tem mais jeito
E bem lá no fundo ele sabe que já não adianta
Vai lamentar e chorar enquanto durar o sentimento

domingo, 15 de julho de 2012

Dor de quem ama

A dor de quem ama é a saudade
Seja de um passado difícil de esquecer
Seja de um inteiro que hoje é metade
Seja pela distância de uma certa cidade
Seja do que ainda nem chegou a ser

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Materializando palavras abstratas

Ela ignora definições chatas
E desrespeita o que parece exato
Materializa palavras abstratas
Sem seguir plano ou assinar contrato

Usa da necessidade que tem de ser gasta
A mesma que tem o imperecível
Para transformar, em flores, sucata
E pintar com cores o que é invisível

Como quem nasceu para ser guerreira
Com punhos cerrados e olhar fatal
Luta todo dia e atravessa barreiras
Construindo a cada dia um novo final

Ela é isso tudo e o que mais quiser ser
Tem todos estilos, mas não segue padrão
Muitos a conhecem mas nunca vão entender
A observam curiosos, mas poucos enxergarão


Ela é definitivamente singular :)

Sou a necessidade de ser gasta que o imperecível tem...
Gosto de tentar materializar palavras abstratas.
- Bruna Borges

quinta-feira, 7 de junho de 2012

A hora de partir

A hora de partir é a mais triste
Em parte
por não sentir mais sua mão
Em parte
porque seu olhar não me assiste
Em parte
por silenciar sua canção

Você parte,
mas seu perfume, em mim, persiste
Você parte,
e chega logo a solidão
Você parte,
parte de mim não mais existe
Você parte,
e parte só meu coração

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Crítica

Critique toda minha poesia
Fale mal dos meus versos rimados
Aponte os erros de ortografia
Ria dos sonetos mal metrificados

Mas não julgue em nenhum momento
Nem o despreze e nem diga que minto
Nunca critique o meu sentimento
Pois você não sabe como eu me sinto

terça-feira, 24 de abril de 2012

No sonho

Ao sorriso dela meus olhos nem piscam
E tudo o mais é segundo plano desfocado
Sua risada é trilha sonora de sonho encantado
Sonho que só acordo depois que me beliscam

Pétalas voam ao vento; borboletas, na barriga
No sonho, é amada amante; na vida, é só amiga

Suas palavras querem mostrar carinho para comigo
Mas me fere toda vez que chama só de amigo

terça-feira, 17 de abril de 2012

Stick and stones

Stick and stones may break my bones
May break my body and tear it apart
But what it fears and make it moans
Is your aloofness breaking my heart

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Pedacinhos

...
e os seus pedacinhos
que em mim deixou,
não me deixam
te esquecer.


daqui:
Vivo sentindo falta dos pedacinhos que me levou.
- Thays Horst
Mundo Pittônico das Ideias