quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Na pista de dança

Sei que não devo; e nem preciso tocá-la,
Me contento em apenas vê-la dançar.
Quando ela dança, ela não encara,
Ela não se exibe e não se insinua,
Ela fecha os olhos, desliza e flutua,
E deixa a música leve a levar.

Voa feito pétala ao vento
E espalha o encanto do seu perfume.
Ela eterniza cada momento
Com a beleza do seu movimento.
Parece que a música aumenta o volume
E que aos poucos desacelera o tempo.
Em câmera lenta a vejo dançar.

A saia balança sobre as coxas suas
Seguindo o ritmo do quadril
Que ondula sob sua cintura.
Após os giros, as costas nuas
Recebem seu cabelo macio.
Seu manto negro, longo e liso.
Os pés em pontas, tão delicados,
Passeiam suaves e alternados,
Nem parecem tocar o piso.

Porém, de todo esse cenário mágico,
De todo detalhe dessa cena bela,
O que mais me prende é o seu sorriso,
Que nasce por mero descuido dela.
É tímido, comportado, mas é preciso,
E ao surgir, ele me deixa uma pista:
Ela, por mim, gosta de ser vista.

4 comentários:

  1. "E ao surgir, ele me deixa uma pista:
    Ela, por mim, gosta de ser vista".

    Me ganhou aos 45 do segundo tempo!

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  2. Curti, gosto de texto que te faz imaginar a cena e rouba um sorriso quando termina.

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